Poemas inconjuntos

Nào basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio
Nào é bastante nào ser cego
Para ver as árvores e as flores
É preciso também nào ter folosofia nenhuma.
Com filosofia nào há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
...
A.Caeiro, Fernando Pessoa, un corazón de nadie

Y6

Y6
tècnica mixta, 54 x 73 cm.